Proposta que muda distribuição do gás encanado seguiu para sanção ou veto do governador Ratinho Júnior. Proposta viabiliza entrada de indústrias no chamado ‘mercado livre’
RPC
Os deputados e deputadas estaduais aprovaram nesta segunda-feira (23), por unanimidade, a redação final do projeto de lei que estabelece mudanças na distribuição de gás natural encanado no Paraná. A proposta é de autoria do Governo do Estado.
O projeto viabiliza o acesso de mais indústrias ao chamado “mercado Livre”, que permite a compra de gás canalizado industrial de outros fornecedores usando a rede da Companhia Paranaense de Gás (Compagas).
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Segundo a companhia, a iniciativa vai estimular a competitividade, o que pode refletir em queda de preços para indústria.
O projeto também estabelece um prazo de cinco anos para as revisões tarifárias periódicas. A próxima deve acontecer em 2024.
A companhia disse, ainda, que um prazo maior permite aperfeiçoar o planejamento e protege o mercado consumidor de ajustes frequentes.
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‘Mercado Livre’
Para a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), a mudança para o Mercado Livre é um avanço ao modelo atual, pois dá abertura ao mercado de gás. Apesar disso, a associação criticou a falta de diálogo com a sociedade.
“Consideramos a lei um avanço em relação a que estava vigente. Ela facilita a vida do consumidor e dá mais clareza para o processo de abertura do mercado de gás. Mas, o texto foi aprovado sem o devido diálogo com a sociedade e os atores envolvidos. Lembramos que o contrato de concessão está em fase de redação e não pode acontecer com ele o que aconteceu com a lei, de ficarmos sabendo da aprovação sem o necessário diálogo”, afirmou o diretor de Gás Natural da Abrace, Adrianno Lorenzon.
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Nova concessão
O Governo do Paraná é sócio majoritário da Compagas, que detém o monopólio da distribuição do gás natural no estado. A empresa atender cerca de 50 mil casas e 187 indústrias.
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O contrato de concessão para distribuição do recurso está em vigor desde 1994 e deve vencer em 2024. Apesar disso, o governo quer adiantar a renovação da concessão e assinar um novo contrato para mais 30 anos, justificando a antecipação para garantir investimentos de forma imediata.
O serviço de gás canalizado no Paraná é feito pela Compagas
Reprodução/RPC
A gestão estadual diz que está fazendo estudos para a renovação do contrato desde 2019. Desde fevereiro deste ano, audiências públicas são feitas com representantes do setor, que pedem mudanças para que a tarifa fique mais barata.
Em uma delas, feita com o setor industrial, a categoria entregou um ofício pedindo que a Compagas devolva aos consumidores valores cobrados indevidamente durante 10 anos.
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O caso foi julgado pela Justiça, que entendeu que houve a cobrança de PIS/Cofins sobre o ICMS, o que seria uma coleta de um imposto sobre outro imposto.
A Justiça determinou, então, que a Receita Federal devolva R$ 143 milhões à empresa. Boa parte desse valor foi pago à Compagas pelo Governo Federal.
Agora, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e os sindicatos querem que a devolução atinja aos consumidores com redução na tarifa, que pode chegar a R$ 0,35 por mês.
A Compagas disse que, desde agosto de 2020, o fim da incidência do PIS e Cofins sobre o ICMS gerou uma redução média de 2,2% na tarifa, e que a restituição dos valores aos consumidores é debatida com a Agepar.
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